O Parlamento português não decide tudo, mas quase tudo o que é decidido passa por lá. E no caso das empresas, isso é especialmente relevante.
A tentação de olhar para o debate político como algo distante — ou meramente partidário — é compreensível. Mas, na prática, ignorar o Parlamento é um erro estratégico.
Abaixo explicamos porquê.
1. As decisões que moldam o contexto de negócio começam no Parlamento
Tributação, ambiente, contratos públicos, saúde, digitalização, relações laborais, inovação — temas que afetam diretamente o setor privado nascem, são discutidos ou ganham forma no Parlamento.
Mesmo quando a iniciativa legislativa parte do Governo, é na Assembleia da República que se discute, corrige, altera, ou aprova. A diferença entre ser surpreendido e estar preparado começa por acompanhar o que está em debate.
2. O Parlamento é transparente, mas pouco acessível
É verdade que o site da Assembleia da República disponibiliza documentos, ordens de trabalhos, votações e atas.
Mas também é verdade que a organização e visualização dessa informação é complexa e pouco intuitiva, especialmente para quem não conhece o processo legislativo por dentro.
Filtrar o que importa, perceber o que está em jogo e acompanhar a evolução de um tema exige tempo — e muitas vezes, competências técnicas que nem todas as empresas têm. Foi para isso que nasceu o Plenário: para tornar visível e compreensível o que é público, mas opaco.
3. A antecipação é uma vantagem competitiva
Acompanhar o Parlamento permite detetar riscos regulatórios, antecipar mudanças e identificar oportunidades.
Permite também às empresas preparar respostas fundamentadas, participar de forma transparente no debate público e construir relações mais informadas com os decisores. Num contexto em que a previsibilidade é cada vez mais escassa, acompanhar o processo legislativo não é um luxo — é parte da gestão estratégica.
A política não é um ruído de fundo: é um terreno onde se jogam decisões concretas.
E hoje, acompanhar essas decisões está ao alcance de qualquer organização que compreenda o valor da informação. O Parlamento não é só dos partidos. É, sobretudo, da democracia. E isso diz respeito a todos — incluindo ao setor privado.